terça-feira, 3 de setembro de 2013

Quando usamos 'Afim' ou 'A fim'?

Uma dúvida muito comum que meus alunos têm, é em relação ao uso de 'Afim' e 'a fim'. Basta lembrar que usamos o primeiro como adjetivo e queremos expressar um sentimento ou necessidade, como por exemplo: "Hoje estou afim de comer chocolate."
Já no segundo caso, seu uso é necessário quando queremos indicar uma finalidade como por exemplo: "Trabalho muito, a fim de pagar minhas contas." 

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Obras de Fernando Pessoa


O portal Domínio Público disponibiliza para download a poesia completa de Fernando Pessoa. Embora sem uma ordem cronológica adequada e com edições repetidas, o acervo contempla toda a obra conhecida do poeta português. Fernando Pessoa nasceu em Lisboa, em junho de 1888, e morreu em novembro de 1935, na mesma cidade. É considerado, ao lado de Luís de Camões, o maior poeta da língua portuguesa e um dos maiores da literatura universal. 
Seus poemas mais conhecidos foram assinados pelos heterônimos Álvaro de Campos, Ricardo Reis, Alberto Caeiro, além de um semi-heterônimo, Bernardo Soares, que seria o próprio Pessoa, um ajudante de guarda-livros da cidade de Lisboa e autor do “Livro do Desassossego”, uma das obras fundadoras da ficção portuguesa no século 20. Além de exímio poeta, Fernando Pessoa foi um grande criador de personagens. Mais do que meros pseudônimos, seus heterônimos foram personagens completos, com biografias próprias e estilos literários díspares.
Álvaro de Campos, por exemplo, era um engenheiro português com educação inglesa e com forte influência do simbolismo e futurismo. Ricardo Reis era um médico defensor da monarquia e com grande interesse pela cultura latina. Alberto Caeiro, embora com pouca educação formal e uma posição anti-intelectualista (cursou apenas o primário), é considerado um mestre. Com uma linguagem direta e com a naturalidade do discurso oral, é o mais profícuo entre os heterônimos. São seus “O Guardador de Rebanhos”, “O Pastor Amoroso” e os “Poemas Inconjuntos”.  O crítico literário Harold Bloom afirmou que a obra de Fernando Pessoa é o legado da língua portuguesa ao mundo. 
Fonte Revista Bula


Thomas Fisher Rare Book Library



Thomas Fisher Rare Book Library at University of Toronto, Canada — com Thomas Fisher.




Júlio Cortázar

Filho de argentinos, nasceu na embaixada da Argentina em Ixelles, distrito de Bruxelas, na Bélgica, e voltou a sua terra natal aos quatro anos de idade. Seus pais se separaram posteriormente e passou a ser criado pela mãe, uma tia e uma avó. Passou a maior parte de sua infância em Banfield, na Argentina, e não era uma criança totalmente feliz, apresentando uma tristeza frequente. Declararia: "Pasé mi infancia en una bruma de duendes, de elfos, con un sentido del espacio y del tiempo diferente al de los demás". Muitos de seus contos são autobiográficos, como BestiarioFinal del juegoLos venenos e La Señorita Cora, entre outros.

Formou-se Professor em Letras em 1935, na "Escuela Normal de Profesores Mariano Acosta", e naquela época começou a frequentar lutas de boxe. Em 1938, com uma tiragem de 250 exemplares, editou Presencia, livro de poemas, sob o pseudônimo "Julio Denis". Lecionou em algumas cidades do interior do país, foi professor de literatura na "Facultad de Filosofía y Letras de la Universidad Nacional de Cuyo", mas renunciou ao cargo quando Perón assumiu a presidência da Argentina. Empregou-se na Câmara do Livro em Buenos Aires e realizou alguns trabalhos de tradução.
Em 1951, aos 37 anos, Cortázar, por não concordar com a ditadura na Argentina, partiu para Paris (França), pois havia recebido uma bolsa do governo francês para ali estudar por dez meses, e acabou se instalando definitivamente. Trabalhou durante muitos anos como tradutor da Unesco e viveria em Paris até a sua morte. Teve uma relação de amizade com os artistas argentinos Julio Silva e Luis Tomasello, com os quais realizaria vários projetos conjuntos. Politicamente, o autor também foi um mistério, devido à fragilidade dos rótulos da época, pois, para a CIA, tratava-se de um perigoso esquerdista a soldo da KGB, enquanto esta considerava-o um notório agente do imperialismo a soldo da CIA e perigoso agitador anti-soviético, já que denunciava as prisões em Moscou dos chamados dissidentes.
Fonte: wikipedia

Se estivesse vivo, este ano, estaria fazendo 99 anos, como comemoração a Rádio Nacional da Argentina liberou alguns audios e entrevistas do autor(em espanhol):
http://www.radionacional.com.ar/historicos/53866-julio-cortazar-cumpliria-hoy-99-anos.html

Animações Literárias - Morte e Vida Severina




terça-feira, 27 de agosto de 2013

Apresentações

Mestranda no departamento de Estudos Literários, com ênfase em Literatura Comparada, pela UFRGS, atualmente atuo como professora universitária nas disciplinas de graduação  de Estudos Literários e Literatura Brasileira, ademais de trabalhar como pesquisadora da CAPES; nas horas vagas, desenvolvo aulas particulares de Língua Portuguesa, Literatura e Espanhol,  oferecendo disciplinas, em especial, a alunos com vistas a realizar provas de vestibulares e avaliações de ingresso em concursos públicos. Criei esse blog com o propósito de partilhar algumas das minhas leituras de mundo...

Travessia

Nos resta um ímpeto que inflama,
um fôlego, um gosto,
uma melodia,

Nos resta saudade,
uma vontade, alguma verdade,
uma ousadia, 

Nos resta uma flâmula,
algo de incerto,

o resto não resta,
nos deixa, desvela,
esvazia,

O resto é um risco,
alguns rabiscos,
nada nos resta,

Nos resta humanidade,
tributo, verdade,
pouco nos resta

Nos resta saberes,
muitos deveres,
algo nos resta?

Nos resta paciência,
alguma essência,
sempre nos resta...

Nos resta, apenas,
o raro reverso da vida.

Pâmela Damasceno

Saudade...


Perdas são sempre complicadas, ausência, desapego, um último fôlego criativo em prol da permanência, geralmente distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas. O cheio das lembranças e o vazio da falta se tocam, entrelaçam-se e, meticulosamente, completam-se em um todo significativo. 
Saudade ou inconformismo humano pelo “não ter”, aliás pelo “não mais ter”. A vida, em seu rumo, não permanece estagnada, transforma-se, reveste-se de novos sentidos, tonalidades diferentes, outras essências; e, na transposição de cada momento, a vida se renova e, por fim, desfaz-se diante de olhos ociosos. Mas que saudade dói, isso dói...